Hammersmith Odeon e Hyde Park, voz duvidosa.

Hammersmith Odeon por Phil Sutcliffe 13/12/1975

"Bohemian Rhapsody" como single é espantosamente perto de uma verdadeira expressão do caráter de uma rainha em qualquer configuração.
Ao vivo no Hammersmith Odeon que transpirava a mesma mistura empolgante de heavy rock, grandiosa, bela e extravagante pura encapsulada em sua soberba n º 1. E passar uma enorme quantidade de tempo sorrindo com prazer a um show de rock pode não significar algo ruim.
A polegadas de perfeição de cada movimento, calculada para o efeito e coordenada para as luzes é uma característica interessante, "artística", no sentido do showbiz e ao mesmo tempo divertido, com o absurdo de ter tantos problemas ao longo do concerto.

Há uma relação ‘’orgasmica’’ de Freddie com a maioria de seu público. Sua postura obscura esatânica com caras e posturas, em seguida, de vez em quando cai num olhar perspicaz de avaliação de como ele está fazendo seguido por uma leve volúpia de prazer e algo como "meus queridos!" Têm presença e caráter; você se relaciona com eles, assim como também os ouve.




Mas eles realmente fazem boa música. Até agora eles estão melhor no estúdio do que no palco por causa das dificuldades em adequar o volume e excitação com a beleza e precisão. Não se trata de uma margem destrutiva, no entanto. Eles se dão com poder irrestrito e bateram quatro vozes de harmonia com uma certeza total. E então, de vez em quando eles retiram algo especial para mostrar que eles podem e irão desenvolver no palco algo, em vez de apenas executar eficientemente.
Guitarra de Brian e solos vocais de Freddie eram os pontos altos da criatividade. Cada um por sua vez, tomou o centro do palco para colocar melodias um no outro em complexidade que ecoaram, com habilidade consciente, mas também com o tipo de alma que está consciente dos sons e do ecstasy que pode transmitir. A orquestra em guitarra de Brian particularmente tinha apenas me deixado balançando a cabeça em admiração.

Este ‘’review’’ fala abertamente de algo que incomoda alguns fãs e para outros passa despercebido , a dificuldade inicial da banda em trabalhar algumas músicas da mesma maneira em que trabalham no palco, isso com o decorrer dos anos levará Freddie, Roger, Brian e John a procurar uma sonoridade específica para os shows , algo que será louvado por Mercury em entrevistas como a maneira em que a banda procura um espetáculo em que não somente reproduzirá os sons de estúdio mas dará algo a mais para quem veio ver sua apresentação na arena.É certo que Freddie em absoluto estava correto quando afirmava a busca por sonoridades diferentes nos palcos...Isso agrada qualquer astuto e inquieto fã por busca de novidades, mas também é certo que sua voz no período de 1975 estava com uma qualidade duvidosa, a banda em estado de êxtase transpassava um clima superiormente interessante aos olhos dos demais , mas a voz de Freddie não.
Ele é um ótimo cantor , isto é fato desde os ‘’early days’’ da banda, mas por ousar em seus vocais, certos shows Freddie estraga totalmente a musicalidade e os tornam muitas vezes ‘’horríveis’’ aos ouvidos de quem pela primeira vez se deu ao prazer de ver a banda. Em Hammersmith Odeon 1975 , Freddie tem um vocal exageradamente grave , com a sua voz aveludada não tornando o show um desastre e aliás as turnês deste período também. Sem dúvida ele não seria chamado pelo programa "ídolos" de hoje em dia em diversos países, em que a busca por cantores promissores leva em primeiro grau a busca por vozes perfeitas, diga-se Adam Lambert. A voz de Mercury está tremida, como o próprio Roger já declarou ‘’é um berro controlado’’.
O show de Hyde Park em comemoração ao estrondoso sucesso do álbum A Night At The Opera foi um dos maiores shows da carreira da banda , mas um dos piores vocais de Mercury que eu jamais tenha visto antes ou depois. A mega produção, o transporte do jogo de luzes , a pirotécnicia, efeito de voz; mais de 150 mil pessoas em puro êxtase, deveria estimular Freddie a ‘’pegar leve’’ com a sua voz, a música 39 e The Prophet’s Song de Brian é um estrago ao vivo neste concerto, não houve consenso da banda em avisar a Freddie controlar seus graves indecisos, um concerto estilo Mika em total falsete foi implementado, com um grave eivando partes em que ele estava fraco , tremido e inoportuno.
Freddie Mercury levaria algum tempo a ter a voz poderosa dos anos 80 , ou até mesmo a que podemos perceber no show de Houton em 1977 que já é um ótimo exemplo da maturidade vocal que Freddie Mercury atingia. My Melancoly Blues do álbum News of The World mostra os mesmos erros vocais que um cantor a nível ‘’negado para ídolos’’ atingiria, a terrível voz tremida e ousada de Mercury, apesar de estar em estúdio, o lead vocal é ínfimo ao que Freddie alcançaria ou já tinha alcançado em outros álbuns. Mas vamos ouvir esta musica ao vivo em Houston 1977...Vocês verão o quão surpreendente pode ser. In Lap Of The Gods em estúdio é um ótimo exemplo de quão fraca a voz de Mercury poderia ser em alguns temas, puro falsete de um tom aveludado , mas se pegarmos In Lap Of The Gods ao vivo em Rainbow 1974 , em que ele canta na mesma nota do álbum , verá que ele possui maior controle sobre ela.

Freddie é o melhor cantor que este mundo já viu , mas se separmos a obra , e deixarmos somente a voz em algumas músicas do início do ano de 1970 até depois da segunda metade, fica claro que Mercury nesta década não era ainda o Deus que se tornaria nos anos 80. Para vários, os anos 70 é o auge do Queen e os anos 80 o lado comercial da banda em sua síntese maior, vejo que a partir do álbum The Game em 1979 isto já ocorria, mas este é outro ponto, a questão é , a criatividade e musicalidade da banda talvez tenha tido seu auge nos anos 70 , mas a voz de Mercury é um estrago em alguns temas neste período , inclusive no estúdio. Isto não me deixa menos fascinado pelas músicas dessa época, porque ele tinha nesse período canções que se encaixavam a seu tipo de voz, mas também não me deixa pensando que a mesma voz que canta In Lap Of The Gods cantaria How Can I Go On em 1975. É como se a voz de Mercury tivesse um humor , fosse ''bipolar'' , fenomenal em algumas músicas e fraca em outras , que na busca por falsetes a deixava inferior a muitos músicos se não considerarmos a obra em que ela estava sendo implementada.
Todo Deus também tem seu lado mortal.
Compare as duas apresentações aqui postadas e entenda o que eu quis dizer.


GOD SAVE THE QUEEN

Comentários

  1. Não existe nada além da verdade neste artigo! Sempre concordei com esta do Freddie ter melhorado 100% vocalmente nos anos 80, isso é certeza absoluta! No entanto não podemos negar que sua criatividade, presença de palco e carisma o acompanharam durante toda a sua carreira! Certamente, sua voz era muito poderosa, mas na década de 70 percebemos o pouco de insegurança que existia na voz dele. E isto é percepítivel, é uma voz tremida e estranha até; no estúdio ele conseguia driblar isso, mas ao vivo não! O tempo fez com que ele melhorasse vocalmente de forma significativa, ele ficou com uma voz mais rasgada, é demais, o mais interessante, é ele nunca ter levado a sério os aspectos técnicos de suz voz e ter conseguido fazer coisas icríveis com a mesma, ele realmente se tornou um deus, se não fosse assim ele não teria uma infindável multidão de seguidores, salvem o mestre Freddie!

    God Save The Queen!

    David Junior

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  2. Ele melhorou e muito a sua voz com os anos. Mas ele sempre teve um excelente jeito de cantar. Coisa que se ele estivesse vivo hoje, acho que ninguém cantaria como ele.

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  3. Os dois estão corretíssimos

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  4. A voz dele sempre foi poderosa ele apenas a fez evoluir ao longo dos anos...perdendo de certa forma um pouco da preocupação nos palcos e se tornar um Deus no espetáculos que o Queen viria a realizar...Sua voz parece acompanhar a sua carreira...nos anos 70 ele ainda vivia a certa insegurança do inicio da carreira e querer ser o maior, mesmo tendo noção de onde chegaria...já nos anos 80, já consolidado no cenário mundial,se refletia à sua música a sua total grandeza e esplendor...

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